Ele está no topo da classificação da GP2, principal categoria de acesso
à Fórmula 1, que revelou nomes como o do campeão mundial Lewis
Hamilton, além de Nico Rosberg, Romain Grosjean, Sergio Pérez, Bruno
Senna, Pastor Maldonado, entre outros. Com quatro vitórias no ano -
sendo duas delas de forma espetacular, em Valência e Silverstone,
o brasileiro Luiz Razia está em alta no mundo do automobilismo. Mas
quem o vê em tão boa fase nos dias de hoje, não imagina que o baiano de
23 anos - decepcionado com alguns acontecimentos em 2011 - quase
abandonou as pistas no início deste ano para voltar a cursar Engenharia
Mecânica na Faculdade Maurício de Nassau, em Pernambuco.
- Eu quase parei de correr, estava desistindo da minha carreira. Já
tinha começado a pensar em voltar para a faculdade. Tinha passado no
vestibular para engenharia, mas tinha trancado. Ano passado fiquei
decepcionado com o andamento da temporada. Tinha entrado com o objetivo
de disputar o título, mas algumas coisas que ocorreram na equipe me
fizeram ter dúvidas do que aconteceria dali para frente – revela. Piloto
de testes da F-1 em 2011 pela Lotus (atual Caterham), ele teve, por
contrato, que guiar na equipe da companhia na GP2, a Team AirAsia, que
não tinha condições de disputar o título e acabou terminando apenas na
12ª posição.
Foi então que uma figura de peso do mundo da velocidade reapareceu e
reacendeu o sonho de Razia, que conseguiu dar a volta por cima na
carreira. Christian Horner - chefe da RBR, bicampeã mundial de pilotos e
construtores na F-1 - é dono da equipe Arden, da GP2. Em busca de um
piloto com maior experiência, para o time voltar a lutar por títulos,
Horner chamou o baiano, que havia trabalhado na equipe em 2008, na GP2
Asia.
- O Christian Horner me chamou, sentamos para conversar, e ele propôs
um contrato muito generoso para este ano. Tenho a oportunidade de
defender uma equipe forte e de melhorar como profissional dentro da RBR.
E as coisas estão indo bem desde o início - conta o piloto, que está
em sua quinta temporada na GP2.
E o investimento tem dado certo. Após 14 das 24 provas realizadas,
Razia possui 165 pontos, seis a mais que o vice-líder, o também
experiente Davide Valsecchi, da Dams. O bom desempenho na temporada
aumenta a esperança do baiano e da torcida brasileira em mais um talento
do país na Fórmula 1 em 2013. Dos sete campeões da GP2, seis estão na
categoria máxima do automobilismo mundial: Lewis Hamilton, Romain
Grosjean, Nico Rosberg, Pastor Maldonado, Nico Hulkenberg e Timo Glock. A
exceção é Giorgio Pântano, que foi campeão da GP2 após ter passado pela
F-1.
- A Fórmula 1 é o objetivo de todo piloto da GP2. E também tenho o
sonho de ser campeão da GP2. É um título que nenhum brasileiro ainda
conquistou. E pilotos que faturaram a GP2 já mostraram que têm muito
talento como é o caso do Grosjean, Hamilton, Rosberg etc. Se eu for
campeão da GP2, posso abrir muitas portas para mim - reconhece.
Busca por uma equipe forte na Fórmula 1
Porém, Razia ressalta que não quer chegar à F-1 apenas para fazer
figuração em equipes “nanicas”. Para isso, ele acredita que guiar um
carro de uma equipe forte nos testes de novatos do fim do ano em Abu
Dhabi, após a última etapa da F-1, é fundamental. O brasileiro
participou das atividades para jovens pilotos duas vezes: em 2011 pela
Lotus - atual Caterham - e em 2010 pela VRT, hoje Marussia. Neste ano, a
relação com Christian Horner pode lhe render uma sessão no carro da RBR
ou na parceira STR.
- O objetivo é conquistar a GP2 e conseguir uma boa equipe para
participar dos testes de novatos do fim do ano. Estou procurando uma boa
oportunidade para entrar na F-1 para já conseguir mostrar resultado. E
para ter resultado é preciso ter um bom carro. Lá, resultado é muito
importante. Não dá para correr somente pensando em bater seu companheiro
de equipe.
Mas para atingir o tão desejado sonho da Fórmula 1, Razia sabe que ser
campeão GP2 é fundamental. Por isso, o baiano mantém os pés no chão,
direciona todas suas energias para este objetivo e deixa as negociações
para seu futuro com seu pai em empresário, também chamado Luiz Razia.
- É preciso pensar no agora e não ficar tentando imaginar o que pode
acontecer. Estou totalmente concentrado na disputa do título da GP2.
Estou trabalhando para isso, com muita fé em Deus e confiança no
trabalho que está sendo feito. Temos conversas com algumas equipes, mas
quem está cuidando desse tipo de assunto é meu pai, que também é meu
empresário – explica.
No próximo fim de semana, Razia defende a liderança da GP2 no circuito
de Hockenheim. Além do baiano, a categoria conta com o brasiliense
Felipe Nasr, de 19 anos, e Victor Guerin, de 20 anos. A rodada dupla na
Alemanha com transmissão do SporTV terá uma corrida no sábado e outra no
domingo.
Com Adaptações do Globo Esporte.com
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